
A alegria do Evangelho para uma Igreja em saída
Na letra ritmada, o ginásio ecoou a frase “Tua palavra é luz do meu caminho”, preparando para a escuta da Palavra de Deus. Da profecia de Ezequiel (33, 7-9), ao admoestar o ímpio a respeito de sua conduta, passando pela síntese dos mandamentos “Amarás a teu próximo como a ti mesmo”, passando pela carta de São Paulo aos Romanos (13, 8-10), os participantes puseram-se à escuta do Evangelho de São Mateus (18, 15-20). Em sua homilia de dom Fernando, destacou o envolvimento de toda Igreja local, incluindo a Semana Missionária que antecedeu o evento. O bispo sublinhou o ganho de todos em relação à missão conforme vem insistindo o papa Francisco. A partir deste Congresso, “haverá maior articulação das atividades missionárias, sobretudo de uma maneira mais organizada, a partir do Conselho Missionário Diocesano (Comidi), das coordenações do trabalho missionário”, acredita.
Ao refletir sobre as leituras, dom Fernando destacou as palavras do profeta Ezequiel e a mensagem de São Paulo acerca do amor. “É preciso amar ao próximo como a nós mesmos. E não basta só a si, mas precisa amar como ele nos amou. Na coragem de dar a vida pelo outro, condição importante para vivermos a sinodalidade. A sermos Igreja, a prosperar na nossa ação missionária. Não devemos mais nada. A nossa única dívida é o amor ao próximo”, disso o bispo indicando o essencial na missão.
Ao avaliar a realização do 4º CMN, o diretor das Pontifícias Obras Missionárias (POM), padre Maurício afirmou que todos os objetivos traçados para o evento foram alcançados. Essa certeza, segundo ele é visível “no rosto das pessoas, no entusiasmo e na paixão que os congressistas levam para as suas dioceses e regionais. E também dos próprios materiais que serão produzidos pós-congresso, com um livro e um DVD. Para mim, fica a certeza de que o protagonismo da missão é o Espírito Santo. Ele se manifestou de diversas maneiras, desde a preparação à conclusão do Congresso, todas as iniciativas estavam dentro de um espírito, aberto, sinodal e ecumênico”, concluiu o diretor.
Os anseios dos enviados em missão
Os participantes demonstraram ansiedade pelo iminente retorno às suas casas para continuar a missão nas dioceses de todo o Brasil. Entre os presentes, estava padre Inocêncio Xavier, coordenador do Conselho Missionário Diocesano (Comidi) da diocese de Uruaçu, Goiás. Para ele, a missa reúne a espiritualidade e o agradecimento por tudo o que foi vivido no Congresso que, “graças a Deus, foi para todos nós uma bênção”, exclamou.
Maria Francisca da Silva, da cidade de Paulistana, Piauí, disse que, na missa de envio, eram marcantes a esperança, a confiança, o profetismo e a comunhão como Igreja, entre pastorais, leigos e leigas. “Tudo contribui na minha realidade para trabalhar a pastoral de conjunto pela comunhão, a ser mais assídua no profetismo, no denunciar e no escutar mais”, relatou a missionária.
O seminarista Hermes Duarte Mendes, do 1º ano de teologia em Porangatu, Goiás, faz serviço pastoral na comunidade e contou que sua dedicação aos temas da missão é recente. Há seis meses iniciou uma missão numa área carente e está vivenciando a implantação do Conselho Missionário de Seminaristas (Comise). “Estou levando muita disposição e ardor missionário no coração. Agora é aplicar com muita alegria de estar em saída para levar o Evangelho a todos”, assegurou o jovem seminarista.
O leigo missionário, João Augusto Stastxak, de Fortaleza, leva muita fé em relação ao que vivenciou em todo o Congresso, além de “mais coragem e ideias para colocar a missão no lugar de destaque que ela merece”.
O padre Rogério José da Silva foi um dos que receberam diversas delegações e que se envolveu com intensidade na preparação missionária das comunidades em que atua como pároco, no Vicariato do Cabo, região da grande Recife. “Com a realização do Congresso fomos impulsionados a darmos um passo além do que já fizemos. Fomos iluminados para sermos cada vez mais presente na sociedade, no âmbito religioso, social. Em um impulso para dentro e para fora de si mesmos, para sermos essa Igreja em estado permanente de missão”, ressaltou.
Ao final da missa, dom Esmeraldo Farias, presidente da Comissão para a Ação Missionária e Cooperação Intereclesial da CNBB, fez a oração de envio, juntamente com padre Maurício Jardim, diretor das Pontifícias Obras Missionárias (POM) e coordenador executivo do evento.
Os missionários e missionárias partiram agradecidos pela generosidade da arquidiocese de Olinda e Recife que, nos dias do Congresso mostrou o verdadeiro espírito de serviço gratuito, uma das características da missão. A alegria que marcou os dias do Congresso agora impulsiona o anúncio do Evangelho em todo o Brasil e além-fronteiras.
–
Fonte: cnbbne2.org.br