In memoriam – Dom Fernando Gomes
HOMENAGEM PÓSTUMA AOS CLÉRIGOS
QUE MUITO SE DESTACARAM NA DIOCESE DE PATOS
Dom Fernando Gomes dos Santos
N: 04.04.1910 (Patos-PB) | O: 01.11.1932 | S: 04.04.1943 | 01.06.1985
Fernando iniciou seus estudos para o sacerdócio no Seminário Imaculada Conceição, em João Pessoa, e concluiu na Universidade Gregoriana, em Roma. Ali foi ordenado presbítero e presidiu sua primeira missa. Ao voltar da capital italiana, exerceu o sagrado ministério nas cidades de Cajazeiras (1933 a 1936) e Patos (1937 a 1943).
Padre Fernando conseguiu revitalizar o antigo Colégio Padre Rolim em Cajazeiras e em 1936 dava aquela localidade o slogan: “a terra que sabe ler”. A partir de então a referida escola passou a ser procurada por jovens de todas as cidades da região e até mesmo de outros Estados
Ainda em Cajazeiras fundou dois grandes colégios em Patos: o Diocesano e o Cristo Rei. Aqui chegando em 1º de janeiro de 1937, como Pároco de N. Sra. da Guia, o Padre Fernando deu maior impulso a essas unidades de ensino, repetindo na Capital do Sertão o que fizera na terra da família Rolim, em termos de educação. Outra ação imediata do novo pároco foi à edificação de um dispensário destinado aos pobres, com o objetivo de abrigar os mendigos da cidade.
Em 1942 Pe. Fernando recebeu da Santa Sé o título de Monsenhor. Neste mesmo ano, com a calamidade climática que atingiu a região sertaneja, ele criou a Casa dos Pobres, oportunidade em que o prédio adquirido na Rua Deodoro da Fonseca passou a atender as pessoas mais carentes. Transpondo vários obstáculos reformou a estrutura transformando-a em um pequeno hospital. Seus mais lembrados feitos são a composição do Hino de Nossa Senhora da Guia e construção da atual Igreja Catedral de Patos.
Aos 09 de janeiro de 1943, Monsenhor Fernando Gomes dos Santos foi eleito por Sua Santidade o Papa Pio XII, Bispo Diocesano de Penedo-AL. Recebeu a sagração episcopal no dia de seu aniversário na Igreja por ele construída em sua terra natal em cerimônia presidida por Dom Moisés Coelho (Arcebispo da Paraíba) e, conforme antiquíssima tradição do Pontifical Romano, concelebrada por Dom Mário de Miranda Vilas Boas (Garanhuns-PE), Dom João da Mata Amaral (Manaus-AM), Dom José Tomaz Gomes da Silva (Aracaju-SE) e Dom José de Medeiros Delgado (Caicó-RN).
Em 1949 o mesmo Papa Pio XII o nomeou Bispo Diocesano de Aracaju-SE, onde se destacou com sua atuação marcante no campo social, nas vocações e na Ação Católica. Em 1952, Dom Fernando Gomes teve participação ativa, juntamente com Dom Hélder Câmara, na criação da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
Em 1957 Dom Fernando foi nomeado 1º Arcebispo Metropolitano de Goiânia-GO. Na recém-criada Arquidiocese, ele lançou uma revista periódica, intitulada “A Verdade nos Libertará”, promovendo uma divulgação ampla do trabalho de evangelização e promoveu a circulação diária do Jornal “Brasil Central”. Em 1958 fundou a Rádio Difusora de Goiânia e a Universidade Católica do Estado de Goiás, a primeira instituição de ensino superior da região.
Participou de todas as reuniões do Concílio Vaticano II até 1965 e representou a CNBB em 1968, na II Conferência Geral do Episcopal Latino-Americano, período em que se encontrava na direção da Comissão de Estudos sobre meios de Comunicação Social
Dom Fernando Gomes viveu sua vocação com brilhantismo e sabedoria, não precisando fugir das doutrinas da Igreja mesmo nas divergências empreendidas quando quis defender os interesses dos menos favorecidos, a exemplo da luta que travou pela reforma agrária. Embora tendo muito amor à sua família, pouco tempo viveu com os seus depois de ordenado presbítero. Morreu em primeiro de junho de 1985, um sábado, e foi sepultado no dia 03, na Catedral Metropolitana de Goiânia.