DIOCESE
DE PATOS

Mas qual é o verdadeiro sentido do Natal?

O que é o Natal para você? – O que significa desejar Feliz Natal? Uma volta de Jesus ao mundo, às famílias? Você desejaria paz, alegria, vida nova, ou muitos presentes, festas, banquetes, Papai Noel?
No passado, Papai Noel era sempre relacionado ao Menino Jesus. Nos dias atuais, infelizmente, andam separados. Sempre que o velhinho aparece, o Aniversariante é posto fora de cena. Perdeu-se no tempo, a figura original do Papai Noel como mensageiro do Menino Jesus.
Agora transformou-se num “Velho propaganda” do consumismo.
Este Papai Noel moderno só pensa numa coisa e só trabalha por uma causa: vender, vender e vender. E como hoje ele não tem dinheiro, só traz presentes para crianças de pais ricos.
Para as crianças pobres costuma levar só brinquedos usados. Alheio ao sofrimento dos outros, nunca é visto chorando, mas sempre sorridente. Não gosta muito de caminhar pelas favelas, nem de visitar as casas onde crianças não colocam os sapatinhos ao pé da cama, lá onde andam descalças e dormem no chão.
Onde ficou aquele velhinho de barbas brancas, faces iluminadas de carinho, sorriso e ainda mais abertos dos nossos tempos de criança, que vinha carregado de presentes para o Menino Jesus do Presépio? Onde está o Papai Noel que distribuía presentes a todos, à família da empregada que passava este dia da fraternidade conosco?
Era o Menino Jesus que repartia os presentes. Costume que ainda perdura em algumas famílias. Papai Noel traz os presentes e os entrega em nome do recém-nascido de Belém.
Revivia-se o pleno sentimento da profecia de Isaías: “Um menino nasceu entre nós” (Is 9, 5); Ele é o presente de Deus à humanidade, o motivo de nossa confraternização, manifestada na troca de presentes nesta Noite Feliz e de Paz.
Mas o Papai Noel dos tempos da internet não é mais aquele. Não sabe mais que um dia sua missão foi parecida com a de João Batista, o precursor. Ele “não era a luz, mas veio para dar testemunho da luz” (Jo 1, 27). João alertou com severa advertência, válida para hoje: “No meio de vós há alguém que não conheceis” ( Jo 1, 26).
A alegria do Natal seria mais completa se Papai Noel testemunhasse como João Batista, a respeito de Jesus: “É necessário que Ele cresça e eu diminua” ( Jo 3, 30 ).
A tradição do Papai Noel é ligada a São Nicolau (ou Santa Claus) , bispo da Turquia entre os anos 280 e 345. Sua vida é cercada de lendas que o retratam como uma pessoa bondosa, que dava muitos presentes. Após sua morte, começou a ser cultuado por toda Europa. Os reformadores nórdicos no séc. XVI, contrários à devoção aos santos, substituíram S. Nicolau pela figura (fictícia) do Papai Noel. Segundo a tradição, ele parte do Pólo Norte em um trenó cheio de presentes, puxado por renas, e passa de casa em casa para entregar presentes às crianças que foram obedientes durante o ano.
Há menos de 50 anos quem trazia os presentes era o Menino Jesus. Passava de casa em casa com seu burrinho. Ao lado do presépio, cada um colocava um chapéu, e dentro dele grãos de milho. Era o alimento para o burrinho ter forças para seguir viagem. No dia seguinte, o milho desaparecia e lá estavam os presentes. Talvez não resolva brigar com o Papai Noel, mas seria muito bom lembrar que o Natal celebra o nascimento de Jesus. Paralelo aos presentes pode nascer uma onda de fraternidade, capaz de levar a solidariedade e vida mais digna às crianças que apenas sonham com o Papai Noel e nunca tiveram a ventura de sua visita.
A grande virtude deste tempo é a esperança. O Menino que nasce é o “Sol Nascente”, é a “Luz das Nações”. Não podemos ter um natal pagão, sem Deus sem o Menino Jesus – um Natal só com Pai Natal – com árvore de natal, compras, presentes caros, com sentido de festa mundana.
Podemos celebrar o Natal com alegria Cristã, com luzes e presentes, mas com a simplicidade que a festa exige. Se o Menino não nasce no nosso ser, em nossa vida, no nosso coração não há Natal.
Se a palavra Natal significa “nascimento”, então temos que deixar o menino Jesus nascer em nosso coração. Papai Noel não precisa desaparecer. Mas precisa mudar. Reconhecemos que ele faz gestos humanitários nos hospitais, nas fábricas e escolas, mas precisa fazer mais. Faça como o velho Simeão, no Templo e ajude -nos a levar o Menino Jesus às crianças. Que o Menino seja conhecido, amado e seguido por todos nós.
Fonte: Revista “Brasil Cristão” – N. 16, Edição 185 –


Maria Joseny (Josa) – Pascom Diocesana

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